Na verdade existem algumas regras para a alteração de tempo verbal em uma narrativa.
Um texto em prosa tradicional é sempre escrito no Pretérito Perfeito, ou seja:
“Letícia fez um bolo e levou para a casa da irmã”
Pois é uma história, tempo passado, já aconteceu.
Quando colocamos uma ação adjacente no meio, mudamos essa ação para o Pretérito Mais-Que-Perfeito, como uma conclusão, um fato que aconteceu antes da ação principal. Logo:
“Letícia fez um bolo e levou para a casa da irmã, pois lembrara-se que era seu aniversário.”
O que muito tem acontecido é que algumas histórias vêm sendo narradas no presente do indicativo:
“Letícia faz um bolo e leva para a irmã”.
Esse tipo de narrativa é bastante difícil de se sustentar, uma vez que temos a prática de contar histórias no passado; isso nos deixa suscetíveis a alterar os verbos sem perceber, então é preciso ter muita atenção a isso, principalmente quando se insere lembranças no meio de uma ação no presente. É mais comum o uso dos verbos no presente em textos jornalísticos do que em prosas narrativas convencionais.
Mas o problema real acontece quando misturamos dois tempos verbais diferentes em momentos que não se cabem:
“Letícia fez um bolo e leva para a casa da irmã.”
São dois tempos diferentes; Pretérito Perfeito (fez o bolo) e Presente do Indicativo (leva para a irmã). Por mais que isso faça sentido na cabeça do autor, pois ela executou uma ação anteriormente e nesse momento está executando outra, não é correto. Quando começar com um tempo verbal, mantenha-se fiel a ele até o fim.
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